Conflito de emoções sem que haja motivo aparente é um aviso de que alguma coisa está errada

Uma insignificante contrariedade provoca uma explosão e minutos após, o arrependimento, da gargalhada à lágrima num piscar de olhos. O descontrole emocional provoca nos relacionamentos uma acidez que se faz sentir ao longo do tempo. À margem da normalidade, os dias se confundem a um ciclone de anseios equivocados.
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Os sintomas: na gangorra, sentados um em cada ponta da prancha, o ‘sim’ e o ‘não’ brincam com o humor feito duas crianças peraltas. A euforia sobe e o medo desce; a depressão chega e o entusiasmo despenca, o pânico vai pro alto e derruba a coragem. Nesse sobe-desce biruta, os sentimentos se embaralham e transtornam o cérebro podendo levá-lo à psicose. O conflito de emoções sem que haja motivo aparente é um aviso de que alguma coisa está errada. Apesar de vivermos num mundo altamente competitivo, conflitante e ameaçador, existem mecanismos dentro de cada um que funcionam como amortecedores e compensadores da insegurança e contrariedades provadas diariamente. A indignação, a raiva momentânea ou uma explosão de alegria, devem caber dentro dos limites da racionalidade, o que exceder a isso é neurose e precisa ser tratada sem tentar justificativas, que somente acentuarão o problema.
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O subconsciente: a psiquiatria tem achado verdadeiros tesouros arqueológicos ao “escavar” a mente humana, o inconsciente que parecia dormir, está mais acordado do que nunca, e inesperadamente desperta assumindo a direção do humor. Sem explicações, o indivíduo adota uma personalidade até então oculta, mas que na verdade são impulsos castrados, reprimidos e massacrados, que foram fermentando no decorrer do tempo nesta caverna misteriosa chamada cérebro. Ainda no útero o feto capta as vibrações do ambiente externo pelos estímulos materno e as absorvem. As células carregam nossa história, um ressentimento longínquo pode se manifestar décadas depois, justificando a herança genética. Um trauma, mesmo que pareça superado é o gatilho que dispara e abate a pessoa que, conforme dito, repentinamente muda a personalidade. O temperamento “pavio-curto” e o estresse, quando prolongado, enfraquecem o sistema nervoso, pré-dispondo à bipolaridade compulsiva do humor que é uma patologia, e como tal, precisa de tratamento, do contrário, a insanidade pode ser o próximo passo.
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(fonte: Última Hora News Seção: Artigos Cinetíficos Data: 23/09/2008)

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